Tuesday, October 02, 2007

Japoneses interessados nas Minas da Panasqueira


Sojitz Corporation quer comprar mina. Negócio pode ser concretizado hoje
Os japoneses da Sojitz Corporation estão interessados em adquirir as Minas da Panasqueira e já avançaram com uma proposta de compra para as acções da sociedade canadiana Primary Metals – que detém o controlo da mina na Barroca Grande.

A empresa japonesa, que possui mais de 19 mil trabalhadores no mercado japonês, lançou uma «espécie de OPA» sobre a Primary Metals e, de acordo com Fernando Vitorino, director geral das Minas da Panasqueira e da Beralt Tin & Wolfram (empresa que explora as minas e que é controlada pela Primary Metals), já reúne a aprovação de «66,7 por cento dos accionistas».

Por isso, e se não houver mais nenhuma empresa interessada na mina portuguesa de volfrâmio (ou de tungsténio), os japoneses poderão tornar-se esta terça-feira na nova proprietária das Minas da Panasqueira.
«Passará automaticamente a ser gerida e coordenada pela empresa japonesa», explica Fernando Vitorino, ressalvando, no entanto, que «o negócio não passa pela Beralt Tin & Wolfram» mas pela «empresa mãe» que é a empresa canadiana.

As potencialidades da mina e a possibilidade de exploração de novos filões de minério estará na origem do interesse dos japoneses da Sojitz Corporation, adianta o director geral da BTW, esclarecendo que o interesse da empresa japonesa em novas matérias-primas já se verifica há muito.

«Já têm algumas minas pelo mundo fora e, como as Minas da Panasqueira está registada na bolsa de valores de Vancouver (Canadá), viram aqui uma possibilidade de extraírem o volfrâmio e de não estarem dependentes da China», explica, para quem o interesse na mina portuguesa se deve ao facto de «ter reservas para o futuro» e, por isso, «ser segura».

Apesar da BTW não estar envolvida no negócio, Fernando Vitorino assegura que a compra da mina pelos japoneses «não irá afectar em nada» a empresa nem os trabalhadores. Pelo contrário, «penso que a empresa japonesa vai criar mais desenvolvimento e criar reservas que garantam a sustentabilidade no futuro», sublinha.

As Minas da Panasqueira empregam actualmente cerca de 200 trabalhadores e exportam quase a totalidade do volfrâmio para a multinacional alemã Osram, com a qual têm um contrato de fornecimento em exclusividade até 2010.

A exploração do volfrâmio atingiu o apogeu durante a segunda guerra mundial para ser usado na indústria de armamento mas, actualmente, a sua grande utilização é na energia eléctrica, nomeadamente para os filamentos das lâmpadas.

Actualmente, a empresa virou-se também para o estanho, estando a BTW a realizar prospecções para avaliar a possibilidade de extrair estanho numa área de 184 quilómetros quadrados, que abrange os concelhos da Covilhã, Fundão e Pampilhosa da Serra.

Importa recordar que, a partir de 1910, as Minas da Panasqueira foram exploradas pela empresa Wolfram Mining & Smelting Co. Ltd. Uma exploração que durou até 1928, data em que foi criada a Beralt Tin & Wolfram Limited. Esta última explorou as minas até 1973, altura em que, com a incorporação de capitais nacionais, passou a designar-se por Beralt Tin & Wolfram Portugal, S.A.

Actualmente, a Beralt Tin & Wolfram é controlada pela sociedade canadiana Primary Metals, mas poderá mudar de mãos a partir desta terça-feira.
02-10-2007

1 Comments:

At 9:12 AM, Blogger PTT said...

Em http://vila-do-paul.blogspot.com/2007/10/nomeaes.html deixei uma nomeação
Abraço

 

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